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Importantes temas da cadeia produtiva foram debatidos no Dia do Arroz promovido pelo Canal Rural

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Claudio Pererira falou sobre A Crise do Arroz - Foto: Caroline Freitas

"A monocultura é a mãe da crise do arroz". Com essa afirmação, o presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Claudio Pereira, abriu sua participação no debate "A crise do arroz foi debelada?", realizado na manhã desta segunda-­feira (1°) na 37ª Expointer. A atividade fez parte do Dia do Arroz, promovido pelo Canal Rural em parceria com o Irga, na Casa da RBS.

Ainda participaram do debate, Elton Doeler, presidente do Sindicato das Indústrias do Arroz no Rio Grande do Sul ( Sindiarroz RS) e Henrique Dornelles, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz).

De acordo com Cláudio Pereira, é essencial que o ciclo da monocultura seja interrompido. "Se tivermos a rotação de grãos, ampliamos o alcance de sustentabilidade no negócio", afirma. Ele explica ainda que a venda de arroz intercalada com outras culturas como o milho e, principalmente a soja, dilui a oferta de arroz sem prejudicar seu valor.

Conforme Pereira, há uma diferença entre o grão entrar em crise e o produtor estar em adversidade. "Obviamente se o produtor planta apenas arroz, ele fica muito mais vulnerável a todo tipo de situação adversa", pondera.

Já Henrique Dornelles, defendeu o profissionalismo do produtor uma vez que a rizicultura exige um investimento bastante alto de produção, maquinário potente e alta tecnologia. O presidente da Federarroz ainda sugere que o setor não perca o foco no mercado interno, porque "estaríamos engatinhando no que diz respeito às exportações", embora ele reconheça que a viabilização do terminal portuário arrozeiro em Rio Grande, na zona sul do Estado, "tenha sido um grande avanço neste sentido"'.

 

Visão da Indústria

Elton Doeler, do Sindarroz, se mostrou reticente em afirmar que a crise no setor teria sido debelada. Conforme ele houve avanços, mas ainda há a necessidade de mais diálogo entre todos os elos da cadeia, incluindo o setor varejista, "que sempre coloca muita pressão na indústria". Entre esses avanços, cita a quebra de barreiras tributárias no Rio Grande do Sul para alcançar mercados onde o arroz gaúcho não chegava. "Nosso desejo é de que o valor seja justo, nem tão baixo para o produtor, nem tão alto para o consumidor", concluiu.

 

Mercado interno

Para o secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Claudio Fioreze, o Rio Grande do Sul pode plantar mais arroz, mas não o faz porque falta mercado. "Se continuarmos com esse processo de crescimento do consumo das classes C, D e E , a tendência é aumentarmos esse mercado". Além disso, segundo Fioreze, o bom trabalho do setor também contribuiu muito para a ampliação e comercialização do arroz. "Outro fator preponderante para o sucesso da rizicultura gaúcha vem sendo a redução do uso da água e o aumento da área plantada, evidenciando a sustentabilidade do negócio", finalizou o secretário.

O diretor técnico do Irga, Rui Ragagnin, reforçou a necessidade de rotação de culturas junto às lavouras de arroz, especialmente com soja e milho. Falou sobre técnicas de semeadura e de irrigação para mesclar essas novas culturas com a rizicultura. Ragagnin lembrou ainda da integração da pecuária como alternativa viável, inclusive para reduzir o uso de adubos.

 

Sobre a soja

Cultura tida como melhor opção para o plantio consorciado ou alternado com o arroz, a soja tem números expressivos. Conforme dados do IRGA, para a safra 2014/2015 existe a intenção de plantar soja em rotação com arroz numa extensão de 320.649 hectares, área 5,83% maior do que a do ano anterior, quando foram plantados 302.975 hectares. A região da Campanha tem a maior área, 97,5 mil hectares, seguida da Zona Sul que deve semear 81,5 mil hectares.

A Planície Costeira Interna irá plantar 62,19 mil hectares de soja em áreas de arroz. A Depressão Central, 45,23 mil hectares, a Fronteira Oeste, 16,64 mil hectares e a Planície Costeira Externa, 17,56 mil hectares.

 

Fim da crise?

A motivação dos debates promovidos pelo IRGA é fundamentada nos números apresentados pela entidade durante a 37ª Expointer. Na safra 2014/2015, os produtores gaúchos devem semear 1,1 milhão de hectares de arroz com plantio que se inicia nos primeiros dias do mês de setembro. A área é equivalente a da última safra.

Quanto à produtividade, a expectativa é de que retorne ao patamar próximo aos 7,5 mil quilos por hectare. A capacidade dos mananciais, tanto de barragens e açudes, quanto de captação direta em rios e arroios é plena em todas as regiões.

Há 25 anos o Rio Grande do Sul contava com 650 indústrias de arroz. Hoje não passam de 250 e as 50 maiores beneficiam 70% do arroz gaúcho.

 Segurança dos Alimentos: O conjunto de normas de produção, transporte e armazenamento visando à padronização de regras internacionais para que a cadeia produtiva do arroz possa atender as necessidades comerciais e sanitárias para a exportação do cereal foi debatida no terceiro paínel do dia. De acordo com o coordenador da Câmara Setorial do Arroz no RS e chefe de gabinete do Irga, César Marques, destacou que o debate conseguiu atingir o objetivo. “Com isto conseguimos mostrar para a indústria e os produtores qual o caminho que devemos seguir e o que será feito para atender esta demanda”.

O presidente da Associação dos Cultivadores de Arroz do Uruguai, Ernesto Stirling, lembrou da questão do uso da água nas lavouras e que apesar da cultura conumir muita água o arroz é um alimento muito importante para a segurança alimentar no mundo, porém afirmou que é preciso uma boa regulamentação do consumo. “Isto deve ser feito pelos governos, mas é muito importante que a iniciativa privada participe”.

Segundo o consultor da Regenerative Agri-Culture, Renatto Barbieri, defendeu a produção agrícola sustentável. “Pois só assim resultará em uma diminuição no número de doenças nas pessoas e maiores ganhos aos produtores”.

 Texto: Carlos Matsubara/Impensa Expointer

          Marlise Mattos/Irga

 

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