Na manhã desta quinta-feira (17), mais de mil produtores rurais de todo o Estado estiveram na Estação Experimental do Arroz (EEA) em Cachoeirinha para participar do Dia de Campo Estadual, promovido pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) durante a 27ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz.  Foram organizadas 30 excursões. Os participantes eram transportados nos famosos dindinhos até os 35 pontos de parada, onde eram guiados por servidores do Irga. Na saída, eles já recebiam orientações sobre o roteiro e informações sobre a previsão do tempo para a safra com a agrometeorologista do Instituto, Jossana Cera. “Teremos muitas chuvas isoladas ainda nas próximas semanas, porém, nos meses de março e abril, a situação deve se normalizar”, esclarecia.

Este ano, o arroz dividiu espaço igual com a soja em lavouras de ensaio, ressaltando a importância da rotação entre as duas culturas. A prática é incentivada em projetos de transferência de tecnologia do Irga, como o Projeto 10+ e o Soja 6.000.  As lavouras principais de arroz e de soja têm parceria com a Basf. Hoje, a rotação ente as duas culturas supera os 300 mil hectares de área no Rio Grande do Sul. Um dos técnicos responsáveis por difundir o Projeto 10+ durante o roteiro foi Geter Machado, do Núcleo de Assistência Técnica e Extensão Rural (Nate) de Capivari, na Planície Costeira Externa. “O P10+ é uma ferramenta de extensão rural onde nós tentamos aliar os resultados das pesquisas desenvolvidas pelo Irga aqui em Cachoeirinha, para os Nates, localizados em todo o Estado”, explicou. O projeto tem 95 unidades de lavoura comercial instaladas.

Quem completou a explicação foi o consultor do Fundo Latino-Americano de Arroz Irrigado (Flar), Luciano Carmona: “Usando mais conhecimento para a lavoura de arroz, a gente pode produzir mais e gastar menos”. A informação foi acompanhada e comemorada pelos participantes, como Cuniberto Kojven, que veio de São Lourenço do Sul para participar do evento. “Temos boa tecnologia e excelente maquinário, o problema é o custo e a cada ano aparecem novas doenças nas lavouras, por isso, produzir mais com menos custo nos deixa muito felizes”, argumentou.

As tecnologias para o melhoramento genético também receberam destaque com apresentação de novas cultivares e futuros lançamentos de materiais do Flar. As estações ainda ressaltaram o controle de plantas daninhas, a irrigação e o manejo de doenças e há um conjunto de culturas que fazem parte do Sistema de Integração Lavoura-Pecuária (SILP).

Em outra estação do Irga, o técnico Gil Marques dava orientações relativas à fertilidade, ressaltando a necessidade de adubação na lavoura, fator capaz de aumentar em 40% o número de grãos na panícula. “A fertilidade é um dos principais pilares para atingirmos altas produtividades e, o mais importante, para termos lucratividade na lavoura”, esclareceu o técnico do Nate de Itaqui, na Fronteira Oeste.

“Não podemos deixar de citar os nossos parceiros comerciais que trazem as últimas novidades em tecnologia, tanto para a cultura do arroz, quanto para a cultura da soja e, sem dúvida nenhuma, o produtor que vem nos visitar consegue sair daqui abastecido com o que há de mais moderno no setor arrozeiro e também para a soja produzida em rotação com o arroz”, enfatizou o chefe de Divisão de Pesquisa do Irga, Rodrigo Schoenfeld. Vinte e nove empresas ocupam o local, apresentando pacotes tecnológicos, voltadas para o arroz, a soja e o milho, além das pastagens.

Até o fim do evento, são esperados 10 mil visitantes. A cerimônia oficial de abertura acontece amanhã (18) às 10h30. 

Texto: Sara Kirchhof

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